segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Para que educamos nossas crianças?



A escola, muitas vezes, ocupa um lugar massificador, podando a criatividade e a ludicidade e exigindo que todas as crianças apresentem comportamentos iguais e dentro dos "padrões". Muitas vezes deixamos a rotina e a falta de cor tomar conta do nosso dia a dia, ou seja, encaramos o mundo ao nosso redor, muitas vezes intoxicados pela rotina que nos cerca e deixamos de lado a imaginação e o afeto. Tendemos a copiar os padrões que nos ensinam, sem parar para refletir qual o sentido daquilo.

Precisamos ressaltar a importância da escuta nas relações entre pais e filhos e entre professores e alunos, assim como a importância da imaginação como caminho para fazer do mundo um lugar mais "colorido". 

É urgente a necessidade de que processos educativos sejam personalizados às necessidades e interesses das crianças, entendendo as relações de afeto como fundamentais para a aprendizagem. Cada criança é especial à sua maneira. Cada ser é único e precisamos respeitar a subjetividade de cada um. Como pais e educadores, precisamos pensar sobre os papéis sociais que transmitimos para as crianças, e como os valores que comunicamos em nossas atitudes refletem no modo como elas percebem seu papel no mundo. 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

16th Braz-Tesol International Conference

Durante os dias 19 e 22 de Julho aconteceu em Caxias do Sul (RS) a 16ª Conferência International promovida pela Braz-Tesol. Sou membro da associação desde 2011 e essa é a minha segunda vez no evento, que acontece a cada dois anos.
Durante os quatro dias de conferência, os principais membros da comunidade brasileira ELT (English Language Teaching) e internacional se reuniram para refletir e pensar o futuro do nosso campo.
O tema esse ano foi "Através do caleidoscópio: Perspectiva múltipla em ELT" (Through the kaleidoscope: Multiple perspective in ELT). Essa temática permitiu aos profissionais do Brasil e convidados do exterior refletirem sobre a importância de olhar a nossa área de atuação sob a perspectiva de um campo que amadureceu ao longo dos anos e consolidou práticas pedagógicas e profissionais, mas que também está em sintonia com os mais recentes desenvolvimentos na educação e ciente das demandas que o século 21 impõe aos alunos e professores. 

A conferência proporcionou quatro dias de intensas trocas de aprendizado e ricas possibilidades de networking para todos os presentes no evento. Uma oportunidade de participar de palestras exclusivas de uma ampla variedade de profissionais do ensino da língua inglesa, além de interação entre os principais especialistas da área que puderam compartilhar suas ideias e nos oferecer oportunidades de adquirir novas habilidades.

Na ocasião tive a oportunidade de conhecer e conversar com incríveis nomes da área do ensino de língua inglesa.
http://braztesol.org.br/internationalconference/


Elaine Gallagher é Bacharel em História e Governo, Mestre em Educação e Doutora em Liderança. Trabalha na educação há 50 anos, como professora, diretora escolar, designer de currículo, autora e consultora educacional para escolas públicas e privadas nos Estados Unidos da América, México, Brasil, Espanha, Argentina, Guatemala, Colômbia e Equador. Em sua plenária, Elaine Gallagher falou sobre "Change and Leadership" (Mudança e Liderança) e nos levou a refletir em como as mudanças são possíveis e que o futuro não apenas acontece, ele é moldado por nossas ações. 

Gustavo Gonzales, a guest speaker da Oxford University Press falou da bela combinação entre aprendizado e diversão (Leaning and Fun: What a beautiful combination). Segundo Gonzales, a diversão deve ser um elemento vital no processo de aprendizagem para garantir o engajamento dos alunos e fazer com que eles aprendam ativamente.

JJ Wilson é professor, instrutor e escritor de ELT altamente estimado. Seus interesses em ELT incluem "aquisição de vocabulário, inovação na pedagogia da audição e leitura e questões de desenvolvimento profissional". JJ é o co-autor dos níveis Intermediário e Avançado do Total English. JJ também escreve ficção sob o nome de JJ Amaworo Wilson. Sua novela de 2016, Damnificados, ganhou três prêmios e foi endossada por Oprah (By the way, I really want to read this novel).
https://jjawilson.wordpress.com/
https://blog.reallyenglish.com/


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Resenha - Cultura: um conceito antropológico. Roque de Barros Laraia


"(...) a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas."  
"A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. Por isto, discriminamos o comportamento desviante."


A obra “Cultura: um conceito antropológico”, de Roque de Barros Laraia, pretende apresentar ao leitor o conceito antropológico de cultura de forma didática, clara e simples. O livro é dividido em duas partes: a primeira “Da natureza da cultura ou da natureza à cultura”, é composta por seis capítulos, e a segunda “Como opera a cultura”, é composta por cinco capítulos.
            Na primeira parte, o autor apresenta o conceito cultura a partir das manifestações iluministas caminhando até os autores modernos. Na segunda parte, o autor procura demonstrar como a cultura influencia o comportamento social e diversifica, enormemente, a humanidade, apesar de sua comprovada unidade biológica.
            No primeiro capítulo, “O determinismo biológico”, Laraia contrapõe teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. A capacidade de aprender e a sua plasticidade são fatores inerentes aos seres humanos e tiveram papel preponderante na sua evolução. O comportamento de um indivíduo é fruto de um aprendizado, de um processo chamado endoculturação, ou seja, o indivíduo não age diferentemente em função de suas capacidades inatas, mas em decorrência da educação que recebe.
            O segundo capítulo, “O determinismo geográfico”, apresenta os conceitos de Boas Wissler e Kroeber, que refutam as teorias desenvolvidas por geógrafos no final do século XIX e início do século XX, que defendiam a ideia de que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. Os autores supracitados, no entanto, defendem que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, e que as diferenças entre os homens não podem ser explicadas em termos das restrições que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente. A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com as suas próprias limitações.
            O capítulo três, “Antecedentes históricos do conceito de cultura” analisa a origem da palavra “cultura”. A partir dos termos germânico “Kultur” e do francês “civilization”. Edward Tylor sintetizou o termo inglês “culture”, que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.
Laraia apresenta ainda, as definições de John Locke, Marvin Harris e Jean – Jacques Rousseau percorrendo até Tylor e Kroeber, que definem cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, e afirmam, assim, que o homem é o único ser possuidor de cultura. O capítulo traz a ideia de aprendizado da cultura em oposição a ideia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos.

domingo, 29 de abril de 2018

"Num mundo como o nosso, em que progridem a ciência e suas aplicações tecnológicas cada dia mais, não se pode admitir que o homem se satisfaça durante toda a vida com o que aprendeu durante uns poucos anos, numa época em que estava profundamente imaturo. Deve informar-se, documentar-se, aperfeiçoar a sua destreza, de maneira a se tornar mestre da sua práxis. O domínio de uma profissão não exclui o seu aperfeiçoamento. Ao contrário, será mestre quem continuar aprendendo" (Pierre Furter)  

terça-feira, 10 de abril de 2018

Uma Linguística Aplicada Transgressiva

Esta publicação tem o objetivo de apresentar algumas ideias contidas no capítulo dois intitulado "Uma Linguística Aplicada Transgressiva" de Pennycook do livro Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar organizado por Luiz Paulo da Moita Lopes. 

Neste capítulo o autor articula os princípios para embasar uma Linguística Aplicada transgressiva ou antidisciplinar, que se caracteriza por ser híbrida e dinâmica. O autor argumenta que a teoria transgressiva quer ir além das teorias chamadas de "pós" e que devemos passar a pensar em teorias "trans", que possibilitem um conjunto mais variado de teorias do que aqueles representados pelas teorias "pós". Para Pennycook a LA transgressiva envolve a necessidade de pensar diferente, de politizar e problematizar o próprio conhecimento que produz. 

Os slides apresentados são resultado de um trabalho da Pós-graduação do curso Lingua(gem), Cultura e Ensino da Universidade Estadual de Goiás - Campus Inhumas.