Dayane Rita da Silveira
Esta dissertação nos leva a uma reflexão sobre o
processo de educação integral no Brasil. Farei uma breve contextualização
desse processo no nosso país levando em conta quais dificuldades levaram à
discussão da educação integral no âmbito da educação brasileira. Em seguida,
farei uma breve passagem pela legislação brasileira com o objetivo de definir
qual a finalidade da educação integral. E por fim, discutirei como o projeto
político-pedagógico e a intersetorialidade podem auxiliar na implementação da
proposta de educação integral e integrada.
Desenvolvimento
Quando falamos
em educação várias questões bombardeiam a nossa mente: como criar contextos
capazes de ensinar todos os alunos? Que metodologias utilizar para atingir a
todos com suas singularidades? Que tipo de escola precisamos? E, essas
perguntas têm estado à frente de todas as discussões existentes e também é
motivo de angústia para todos os verdadeiros educadores.
Todos nós conhecemos a dura luta por
uma sociedade igualitária no decorrer da nossa história, e vamos focar no que
tange a educação.
A idéia de educação integral surge
diante do contexto de que cada pessoa pode ser bem sucedida, em diferentes
situações, em conformidade com vários tipos de regras, ou seja, a educação
integral privilegia uma perspectiva em relação ao desenvolvimento humano e aos
cuidados que uma pessoa requer. O termo “integral” refere-se ao reconhecimento
das múltiplas dimensões do desenvolvimento humano, e “integrada” refere-se a
necessidade de intersetorialidade das políticas públicas.
Existe uma enorme dificuldade no
processo de organização interna das unidades escolares. A ausência de planos de
carreira para os profissionais da educação e a organização cotidiana da vida
escolar, na maioria das vezes, não propicia um ambiente de diálogo para o
trabalho coletivo na escola. E esse é apenas um dos problemas que nos impedem
de ver o fenômeno educativo como prática social, institucional e constitutiva
dos processos de construção pessoal; como prática que dialoga com os
pressupostos epistemológicos das ciências e de suas expressões na organização
curricular; como prática que constrói, coletivamente, seu projeto
político-pedagógico. Então começa-se uma análise da legislação brasileira
vigente no que tange a educação.
A Constituição Federal (1988) prevê a
educação como direito de todos. O ECA (1990) prevê um sistema articulado e
integrado de educação quando associa a proteção ao desenvolvimento da criança.
A LDB (1996) juntamente com o PNE apresenta uma proposta de ampliação da
jornada escolar para um período de, pelo menos, sete horas diárias, ou seja,
apresenta a educação em tempo integral como objetivo da educação infantil e
fundamental.
Diante do exposto, destaca-se como
finalidade da educação integral a construção de um projeto de uma sociedade
democrática, que garanta educação de qualidade a “todos” visando ao
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para se tornar um cidadão apto ao
mercado de trabalho. Nessa perspectiva, considera-se a necessidade de estudar
os efeitos do ambiente escolar sobre o aprendizado, uma vez que todos têm o
“direito de aprender”. E daí surge à concepção de fomentar atividades
educativas que ampliem tempos, oportunidades e espaços educativos que
contribuam para a transformação da escola em um ambiente de diálogo para
estudantes, familiares, profissionais da área e comunidade em geral, ou seja,
criar um espaço integrador que valorize a escolarização e a relação entre a
escola e a comunidade.
O projeto político-pedagógico tem
papel fundamental para consolidação dessa educação integral, uma vez que este
traz a história de cada instituição e seu contexto de conquistas e
necessidades. O projeto político-pedagógico deve propor ações específicas para
determinada instituição levando em consideração o seu contexto social como um
todo, com o objetivo de garantir um ambiente democrático, e que garanta uma
educação para todos levando em conta o individual. Para a verdadeira efetivação da educação integral é necessário que
haja o compartilhamento da tarefa de ensinar entre os profissionais da área da
educação, os profissionais de todas as outras áreas e a comunidade como um todo.
Conclusão
Diante
do exposto conclui-se que o Brasil ainda tem muito a avançar no que tange a
educação. A presença da legislação brasileira que trate do assunto não garante
a efetivação das propostas.
Necessitamos
de um maior envolvimento da sociedade como um todo, o que pode ser conseguido através
da sensibilização contínua e permanente da sociedade, capacitação dos
profissionais de todas as áreas para lidar com o tema, projetos que atinjam as
especificidades e a instituição de mecanismos que concretizem os direitos dos
cidadãos. Isso levaria a transformação da escola em um ambiente de diálogo, em
um espaço integrador que valorize o processo de escolarização e a relação entre a escola e a comunidade.
Essas atitudes levariam a uma alteração da visão
social, em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Educação
Integral. Texto Referência para o Debate Nacional. Brasília: Ministério da
Educação, 2008.
_____. Lei nº 10.179/01. Plano
Nacional de Educação (PNE). Ministério da Educação. Brasília: Inep, 2001.
_____. Lei nº 9.394, de 23 de
dezembro de 1996. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional (LDB).
Brasília: Ministério da Educação, 1996.
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